O que vejo pelo mundo

Minha idéia sobre este espaço é escrever sobre minha visão, meu entendimento a respeito das coisas que estão aí pelo mundo. Será um belo exercício de organização, pois sempre acabo esquecendo de registrar alguma coisa interessante que me valeu uma reflexão. Espero que compartilhem comigo dos escritos que nascerão aqui: concordem, discordem, reflitam, reconsiderem ... só espero que não ignorem por completo!

domingo, agosto 20, 2006

Não é plágio, é releitura.

Para quem não sabe, a história de Conversa de Botas Batidas (Marcelo Camelo) inspirou-se em um caso que tornou-se famoso no Rio de Janeiro no ano de 2002. Apenas dois amantes foram as únicas vítimas da tragédia. Li o relato e quis contá-lo do meu jeito. (Sim, o Camelo é melhor nisso do que eu!)


Quem é maior que o amor?

Ela saiu cedo rumo ao trabalho. Mas não foi trabalhar naquele dia. Queria tanto encontrá-lo novamente, estar com ele, abraçá-lo. As saudades que sentia machucavam o peito. Estava disposta a , quem sabe , dá-lhe um ultimato. E de qual outra forma poderiam ficar juntos? Será que ainda havia tempo pra isso? A vida já havia deixado transcursar vários anos. Muitas primaveras haviam se passado desde o primeiro encontro deles. E cada um vivia a sua vida, se encontrando e se amando como podiam. Ele também foi lá. E, mais uma vez estavam os dois juntos. No rosto, misturava-se as marcas do tempo à alegria que viviam por se encontrarem uma vez mais. No coração, a certeza de que queriam ficar juntos. Eles não sabiam, mas seria de uma vez para sempre.
Como ela já tinha a decisão de exigir do seu amado uma posição sobre o reconhecimento daquele novo-velho amor, decidiu que não iria se deixar levar pelos seus carinhos. E logo depois do primeiro beijo daquele dia ela disse-lhe tudo que sentia. Em pouco tempo os carinhos deram lugar a discussão. Ele disse que não podia, que não tinha mais idade para recomeçar. Ela disse que ele era um covarde. Ele disse que ela não sabia compreender que o amor deles transcendia o encontro de dois corpos e que era a união de duas almas. Veio o choro de ambos, tomando o lugar do riso que antes habitava o corpo dos dois.
Ela, no entanto, já havia tomado a decisão: não esconderia seu amor por ele e iria desvencilhar-se de qualquer laço que a separasse do seu amado. Nos corredores podia-se ouvir mais choro e vozes exaltadas. Depois o silêncio. A reaproximação. Mais um beijo. A iniciativa foi dele. E ela acreditou que essa seria a resposta que almejava: ficariam, sim, juntos. Então se amaram. Em seguida, o sono, topor dos amantes. Adormeceram.
De repente um barulho veio lá de fora. Gritos, correria, buzinas, sirenes... o que poderia ser? Alguém estava à porta. Batia insistentemente. Ela levantou-se, queria ver o que estava acontecendo. Será que haviam descoberto seu segredo? Ele a deteve. Não a deixou seguir. Em vez disso, abriu a janela. Perceberam que algo grave estava acontecendo. Perceberam que tudo poderia desabar naquele momento. Mas tinha que ser justo naquele momento? Precisava ser logo agora, que havia decidido suportar as conseqüências ser aquilo que desejava ser? Necessitava acontecer agora, que havia decidido viver o seu amor até o fim? Como poderia imaginar que o fim se aproximava? Quiseram sair, pensaram em ir e retomar suas vidas esquecendo que haviam estado juntos naquele dia e em muitos outros. Mas a vontade de ficar era maior. Temiam o que os esperava lá fora. Lá fora tudo tem menos glamour. A decisão partiu dele. “Deixe que batam. Não vamos mais fugir do nosso amor. Não encontro motivos para isso.” Ela concordou. Ela também não queria ir. Sair dali era como esconder-se, e ela não queria, não precisava mais esconder seu amor. A vida passa, e termina. Que terminasse então com aquele alguém que ela amava tanto. Abraçaram-se. Voltaram a se amar. E, naquele abraço, não viram quando aquele lugar deixou de existir, virou destroços, ficou destruído. Mas, longe de ter sido o fim daquele amor, tal amor eternizou-se. E quem é maior que o amor?

sábado, agosto 19, 2006

Atualizando...

Bem, esse outro poema estava em outro espaço, lá do Spaces do MSN... mas é chaaaato de trabalhar com ele!! Gostei mais daqui.

Segue o poema:


A falta que me faz...

Você não imagina a falta que me faz:
O sabor do sorvete que não provei.
O livro que eu não li.
Os lugares que não visitei.
As músicas que não ouvi.
Os beijos que não beijei.
A vida que não vivi.
Tenho sede de futuro. Espero o tempo todo que coisas aconteçam. As vezes elas chegam, mas o melhor da festa era esperar pra ver o que ia acontecer.

Tenho ânsia de ver as coisas acontecerem. Espero o melhor da vida. E as vezes essa busca me faz perder a melhor parte. O que está ao lado. O que tenho comigo. Não sei se isto é o melhor, mas é o que tenho. Não seria melhor, então, aproveitar o que há de bom nisto?

Quero ser diferente: não quero perder o que já tenho, mas não abro mão pro que a de vir!

É possível?



Anne - 22 de janeiro/2006

Perto e Longe

O poema a seguir foi escrito por mim na época em que o meu marido, Carlos, era apenas um namorado virtual que estava dois mil quilômetros distante de mim... agora, já fiz download dele!

Perto e Longe
Perto, ao alcance das minhas mãos,
Porque posso te sentir em cada coisa que escreves
Porque posso imaginar o sabor de teus beijos

Perto te sinto, porque corações não ficam distantes
Porque sentimentos desconhecem geografia
Porque não há explicação para sentimentos
Perto, porque em meus sonhos posso te ver, sentir, tocar
Porque a cada instante que meu coração bate, me faz lembrar você
Porque és o meu último pensamento antes de dormir, e o primeiro ao amanhecer
Longe porém, quando lembro que, de fato, não posso tocá-lo
Porque não posso ver tuas mãos deslizando sobre o papel
Porque não posso beijá-lo
Porque meu coração está distante
Porque a geografia nos impede o abraço
Porque não há explicação para sentimentos
Longe, porque somente em sonhos posso te ver, sentir, tocar
Porque a cada instante que meu coração bate, sente saudades de você
Porque és todo o meu pensamento antes de dormir, e és o primeiro ao amanhecer